Placas Tectônicas, Margaux Motin
Sinopse: Aos 35 anos, Margaux Motin narra os erros e acertos que abalaram sua existência em páginas repletas de humor e realidade. Uma separação e um novo amor mudam radicalmente sua vida de mulher com trinta e poucos anos de idade; uma época em que decisões abruptas podem levar a consequências desastrosas.
Uma das coisas maravilhosas da linha editorial da Editora Nemo é o fato de suas HQs sempre saírem do lugar comum e conterem histórias sobre os mais diversos ângulos e tipos de personagens. "Placas Tectônicas", por exemplo, é um trabalho autobiográfico no qual Margaux Motin fala de seu cotidiano de mulher depois dos 30, recém separada e mãe de uma garotinha.
Dotada de um humor maravilhoso, Margaux vai nos contando com muita franqueza como tem sido para ela enfrentar a vida em meio as frustrações e desafios de ser aquilo que ela é cotidianamente. Ela vive a sensação de melancolia do fim de um casamento, a redescoberta de si que ocorre quando desapegamos daquilo que nos prende, o cotidiano de sua maternidade, o cotidiano de suas amizades, a redescoberta do amor, a difícil tarefa de conciliar responsabilidade maternas com vida profissional.
Margaux tem um lado infantil muito forte e como as crianças tendem a ser sinceras naquilo que escrevem e desenham, essa característica me levou a momentos de pura ternura e a momentos de risos descarados especialmente quando ela mostra suas interações com a filha. Aliás, a filha dela é daquelas crianças cujo comportamento tende a ser mais maduro que o da mãe.
Apesar de não ter casado aos vinte, tido uma filha e me separado, me identifiquei muito com os sentimentos expostos pela Margaux nas páginas de "Placas Tectônicas". Quando era adolescente e estava lutando por uma vaga no tumultuado e "maravilhoso" mundo dos adultos pensava: quando chegar aos 30 serei uma mulher culta, madura, profissional e sofisticada! Ao chegar aos 30 e descobri maravilhada, e as vezes em prantos, o quanto sou apenas eu mesma muitas vezes com as mesmas manias e desejos da criança e cheia de vontade de ir ali pular corda, ler um livro infantil, brincar na lama depois de um dia de chuva.
É muito comum inclusive, acordar nas manhãs quentes de Recife, contemplar a paisagem urbana na qual vivo imersa e ter curtos diálogos comigo mesma e chagar a conclusão unica e primordial de que só quero viver!
Se você estiver com vontade de ler uma HQ muito sincera, sobre o mundo real das mulheres, com nossas preocupações, desamparos, desejos e cotidiano abordados com muito humor, procure "Placas Tectônicas" na livraria ou loja virtual mais próxima. Você vai da boas gargalhadas, se enternecer e ser feliz lendo!
Colaboração de Jaci Pandora, do Recife.
Recebemos essa HQ de cortesia em troca de uma opinião sincera. Muito obrigado Editora: