Ads Top

O Menino Múltiplo, Andrée Chedid

Sinopse: Filho de pai muçulmano egípcio e mãe católica libanesa, Omar-Jo carrega suas origens no nome. Durante a guerra do Líbano, em 1987, um carro-bomba leva seus pais e seu braço. E o menino de doze anos é enviado pelo avô, trovador, a Paris. É onde ocorre o encontro do Oriente com o Ocidente, do menino-duplo com as luzes, as cores, os sons e os movimentos do Carrossel de Maxime; o rabugento proprietário que, pouco a pouco, reencontra com o menino, então múltiplo, a alegria de viver. Alteridade, amor e tolerância fazem parte do enredo poético. A ser lido em voz alta. 



Quando a Martin Claret anunciou o lançamento do livro O Menino Múltiplo, da autora franco-egípcia Andrée Chedid, logo me despertou curiosidade, pois tratava-se de uma obra do final da década de 1980 e que ainda não havia sido traduzida e publicada no Brasil. Ao receber o livro para análise, percebemos o esmero que a editora teve com o design, talvez umas das mais bonitas capas do livro entre países que lançaram L'Enfant Multiple.

    Chedid conta uma história de amizade entre um pequeno empresário, e um garoto órfão. Maxime é um funcionário público de meia idade, que contrário aos conselhos da família, larga tudo para investir em um carrossel que fica em uma praça. No inicio no negócio, tudo vai bem, mas com o tempo, o público vai enjoando do brinquedo, Maxime vai também perdendo a motivação e se fechando em si mesmo. Até que um dia ao encerrar o expediente, encontra um garoto escondido, deitado no brinquedo, que lhe implora por uma volta de graça, em troca lhe ajudaria sem cobrar nada. Daí nasce uma relação que aos poucos se torna uma amizade verdadeira. Omar-Jo é esse garoto - o menino múltiplo - que tem o dom de entreter com imitações, palhaçadas, e personagens que cria. Pouco a pouco ele vai se tornando uma atração maior do que o próprio carrossel de Maxime, e as crianças fazem fila para ver seus espetáculos. Entre a narrativa principal, a autora decidiu intercalar capítulos contando o passado do menino, inclusive de seus pais, que morreram em uma explosão no Líbano em guerra - essa que também ceifou um dos braços de Omar-Jo. 

    De narrativa não complexa, Chedid aproveita cenários da sua própria vida para adaptá-los a sua ficção. Vamos do Líbano ao Egito, da França aos Estados Unidos, desbravando lugares intimamente ligados e costurados à trama. Apesar de ter achado o final um tanto quanto apressado, valeu a pena ler O Menino Múltiplo. Um livro sensível, que te faz admirar o garoto simples, que consegue estoicamente tirar da dor, alegria e proporcionar com seu coração de criança a esperança nos laços fraternos que podem superar orgulho, e avareza da vida adulta.

Recebemos este livro-cortesia em troca de uma opinião sincera. Muito obrigado Editora:


Tecnologia do Blogger.