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Homens imprudentemente poéticos, Valter Hugo Mãe

Sinopse: Grande voz da literatura portuguesa contemporânea, Valter Hugo Mãe lança Homens imprudentemente poéticos, obra ambientada no Japão antigo e na qual o autor proporciona uma imersão idílica na cultura milenar japonesa. Com sua habitual escrita poética e desconcertante, Mãe traz à tona os temas da morte e do suicídio, em um contexto em que este ato possui um ponto de vista distinto ao do ocidente.

    Valter Hugo Mãe é um dos mais consagrados talentos da literatura portuguesa contemporânea. No Brasil, seu sucesso veio logo após o livro A Desumanização, lançado em 2014 pela finada Editora Cosac Naify, obra que  atualmente é publicada, junto com outros títulos do autor, pela Biblioteca Azul. É também por meio dela que o público brasileiro pôde conhecer a mais recente publicação assinada por Mãe: Homens Imprudentemente Poéticos, livro onde Valter explora um cenário novo em suas obras: o Oriente.

    Com enredo aparentemente simples, encontramos dois vizinhos pobres: o primeiro é artesão, chamado Itaro, e outro um oleiro chamado Saburo, ambos figuras controversas e bem atípicas. Itaro consegue prever o futuro por meio da morte, lendo manchas de animas esmagados, e coisas do tipo, a maioria que ele mesmo mata, mas não por isso, que o artesão é insensível, já que confecciona leques pintados a mão belíssimos e os vende na cidade. Vive com Matsu, sua irmã mais nova, que é cega e a senhora Kame, empregada que zela pelos dois. Do outro lado, o oleiro Saburo, que também é um bom cuidador de jardins, e vive com a esposa, a senhora Fuyu. O fato é que, em determinado momento, Itaro prevê a morte da esposa de Saburo,  e sim, ela acaba sendo morta por um animal selvagem dentro de sua casa. Saburo não consegue superar a perda da mulher, mantendo-se confinado, e sentindo no quimono da esposa, que ela ainda se faz presente. A premonição de Itaro gera inimizade entre os vizinhos, e nessa mistura de inimizade, beleza, tristezas, belos cenários, poesia, vida e morte, gira a obra de Valter Hugo Mãe.

    A história é boa, mas seu ritmo lento talvez incomode quem ainda não está acostumado com a narrativa do autor. A poesia é viva em suas letras, e há momentos bastante singelos inseridos nessa narrativa oriental. O livro, em sua edição brasileira conta com prefácio de Laurentino Gomes, e ilustrações de Paulo Monteiro.
Uma curiosidade: Em algumas obras anteriores, o autor decidiu não usar letras maiúsculas em sua narrativa -  uma licença poética  - desta vez, Mãe recusou-se a utilizar a palavra "não" em seu livro. Ele é realmente uma figura!

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