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O Bangalô, Sarah Jio

Um amor proibido durante a Guerra, conheça mais uma obra da autora Sarah Jio

Por Jaci Pandora, do Recife

O Bangalô (Novo Conceito, 2015, 316 pgs) é aquele tipo de livro no qual drama e romance, encontros e desencontros se misturam de uma forma muito suave para produzir uma história cheia de ternura. Nele Sarah Jio nos conta a história da enfermeira recém-formada Anne Calloway com o soldado Westry Green, tendo como pano de fundo uma base americana localizada no Pacífico Sul durante a II Grande Guerra

Confesso que não sou uma grande entusiasta de narrativas ambientadas nas duas Grandes Guerras que marcaram o século XX, menos ainda quando essas histórias são protagonizadas por norte-americanos, no entanto, Sarah Jio é uma autora competente, dotada de uma narrativa focada nas relações humanas e não em descrições milimétricas de conflitos e conseguiu me envolver e me cativar de uma forma muito gostosa.


A história é narrada em primeira pessoa pela Anne, décadas depois de seu encontro com Westry depois que sua neta encontrou uma carta com várias fotos da época que Anne esteve no Pacifico Sul e um convite para que ela volte. Dado esse gatilho ela vai contando a sua neta como em 1942, apesar do avanço da Guerra, estava as vésperas de seu casamento e sentindo muito vazia de maneira que quando sua melhor amiga Kitty lhe contou de sua decisão de servir como enfermeira, ela simplesmente decidiu ir junto com ela dando inicio a aventura mais cativante de sua vida.

Os eventos ocorridos na ilha acabam sendo para Kitty e Anne um tipo de rito de passagem para a vida adulta. Lá a amizade delas é posta a prova, elas vislumbram várias formas de dor através da lida diária com soldados feridos e mortos e também com a perda da sua inocência.


Apesar de noiva Anne se apaixona pelo soldado Westry, o sentimento é mútuo, e em um bangalô escondido em uma praia próxima a base eles vivem um amor intenso. Enquanto a Kitty, uma típica moça mimada, coquete e namoradeira, descobre o avesso do amor ao se envolver com um homem cruel que desfruta de sua imaturidade e a deixa em uma situação no mínimo complicada. Na ilha as duas conhecem lados opostos da moeda do amor.
Quanto a Westry e Anne, sua história é marcada por ternura e paixão, mas também por desencontros. Já no inicio do livro percebemos que algo aconteceu para separar o casal tão apaixonado. Sarah Jio não é uma autora dada a suspenses desnecessários, mas quando ela cisma em manter um ela leva até o fim e nós vamos descobrindo no ritmo das lembranças da Anne como até mesmo pessoas boas podem fazer coisas mesquinhas e inconsequentes, mas quando o amor verdadeiro nem mesmo o tempo pode apagar memórias e sentimentos.


A história de Sarah Jio é muito terna, um drama romântico bem construído com um final agridoce no qual não há espaço para juízos de valor e construção de heróis e vilões. É muito interessante como a autora fugiu de juízos de valor, de frisar erros e acertos dos personagens envolvidos na história, a escrita dela frisa o quanto os seres humanos são capazes de misturar em suas atitudes generosidade, mesquinhes, lealdade, traição, coragem e covardia. Nem sempre gostei dos personagens e suas atitudes nessa história, mas me impressionou o quanto todos eles foram muito humanos e o conjunto do livro foi terno e seu desfecho até me arrancou lágrimas.

Recebemos essa cortesia em troca de uma opinião sincera, pela nossa parceira editora:



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