Amor na Liberdade: Para Continuar, do Felipe Colbert
Felipe Colbert mistura Brasil com Japão em sua nova obra "Para Continuar", lançado pela Editora Novo Conceito.
Por Jaci Pandora, de Recife
Detalhe: Nossa edição de Para Continuar veio autografada pelo autor. Obrigado Felipe Colbert, e obrigado Novo Conceito! |
E assim como a capa, a história contada por Felipe Colbert também é super fofa. Nela conhecemos Leonardo e Ayako, dois jovens que se encontram no metro e passam em um ritmo considerável do flerte a paixão. No entanto, o que poderia ser normal deixa de ser, visto serem ambos detentores de segredos, o Leonardo é um cardiopata para o qual qualquer esforço ou susto maior pode levar a morte e a Ayako guarda no porão da loja onde mora e trabalha um pequeno universo paralelo onde lanternas brilham sem explicação das quais ela é uma guardiã.
Oscilando entre a narrativa em primeira pessoa, quando aborda a vida de Leonardo, e em terceira, quando aborda a vida de Ayako, o Felipe tece a história de amor desses dois. Uma história que mistura episódios simples, como o encontro do casal no Parque do Ibirapuera, e a magia representada pelas luzes em um texto de fácil leitura, bem escrito e cheio de referencias a cultura nipônica.
Para mim que sou apaixonada por cultura japonesa, como já disse, foi uma leitura agradável e poderia ser ainda mais, poderia ter sido excelente, no entanto, preciso conversar minha total falta de empatia com o Leonardo. Achei o rapaz mimado e as vezes mal agradecido em relação a imensa dedicação dos pais a ele devido a sua doença, além de ter brigado por uma bobagem com Penken, seu melhor amigo. Aliás, gostaria de ter visto mais do Penken, e até mesmo mais da Ayako na história.
Sou apaixonada por histórias que misturam fantasia e realidade, coisas improváveis e insólitas misturadas a praticidade tecnológica da vida moderna. Vi na presença fantástica das luzes no subsolo da loja das quais a Ayako é guardiã um enorme potencial, senti falta de uma explicação ancorada nas mitológicas orientais para elas, senti falta da magia. Achei que devia ter mais magia no relacionamento dos protagonistas, um pouco mais de fantasia.
Achei que o Felipe podia ter viajado mais na magia da situação, mergulhado mais em uma fantasia com notas orientais. Com a narrativa tranquila e equilibrada e sua capacidade peculiar para metáforas, o mergulho poderia ter sido maior e o resultado melhor.
Por fim, eu gostei do livro, mas como disse, senti que podia ter gostado mais. Em suma, o livro é bom, podia ter sido maravilhoso, mas foi bom. Claro, tudo o que digo aqui é questão de opinião, pessoas menos apegada a narrativas mitológicas e fantasia podem discordar de mim e eu vou aceitar a discordância.
Jaci Pandora
Essa edição foi gentilmente cedida pela nossa parceira Editora: