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Coraline: uma Alice sombria


Coraline é um livro que entrou nas minhas leituras favoritas deste ano, e que me surpreendeu  tanto positivamente que decidi falar um pouco sobre ele aui no blog.
Comprei minha edição ano passado, mas diante de tantas ocupações acabei deixando ela de lado na estante... tomando poeira. Quando finalmente pus as mãos nela, isso já  agora em 2015, percebi que não deveria ter deixado-o no rabo da fila. É uma obra fantástica! 
Neil Gaiman estreou nesse livro sua escrita voltada ao público juvenil, e com primazia escreveu um suspense fantasioso muito bom, e que lembra bastante um Alice no País das Maravilhas, contudo sombrio.


O livro publicado no Brasil pela Rocco, narra a história de Coraline Jones, uma menina que se muda para uma esécie de pensão, e onde lamenta sua tediosa rotina, com pais sempre ocupados, vizinhos um tanto quanto excêntricos, e ausência de amigos. A menina contudo acaba por descobrir uma misteriosa porta no velho apartamento em que mora, ao entrar, mergulha em um mundo secreto, diferente e misterioso que vai fazer você, leitor, devorar as 160 páginas rapidamente. Gaiman tem narrativa gostosa, fluida e envolvente, descreve bem o ambiente sem enfadar-nos, e cria personagens tão exóticos quanto ele mesmo, diga-se de passagem as velhas ex-atrizes vizinhas de Cora, e o estranho senhor Bobo, que vive no sótão adestrando camundongos para uma espécie de espetáculo circense, e o sombrio gato que ronda a pobre menina. É uma história com poucos personagens (e eu gostou muito disso), que nos faz estar cada vez mais próxima de Coraline, torcendo para que ela obtenha exito em sua inusitada missão. 
Gosto de ser genérico em minhas impressões para não estragar a surpresa de quem decide ler o livro, e por isso mesmo, digo a você que a história é bem simples, (mas sem deixar de ser surpreendente), por isso mesmo não recomendo ao leitor/a que não leia as orelhas do livro, pois fatalmente saberá antecipadamente o caminho de Coraline e perderá um pouco da surpresa da descoberta.
O livro fisicamente falando é o que podemos dizer de uma bela edição em sua simplicidade. A capa tem um efeito de brilho envernizado, onde dependendo da luz, destacam-se reflexos sombrios de criaturas que atormentam a Cora, valorizando os tons mórbidos escuros usados para colorir a frente e uma  menina que até parece moldada em madeira, o verso da capa é vermelho, valorizando a edição. O miolo é ilustrado pelo Dave MacKean, em preto e branco, usando traços fortes, que retratam o mistério que envolve essa história de suspense. 


A ideia de Gaiman era escrever uma obra voltada ao público Young Adult, contudo o livro pode ser muito bem recebido pelos adultos mais velhos, de uma forma geral. Tal como uma amiga falou, "Gaiman não subestima as crianças".
Coraline brinca com nossos sentidos e com as noções de verdadeiro e falso. Apresenta um mundo de regalias, mas que assemelha-se a uma bela maçã que é podre por dentro. Ensina a buscar o que é verdadeiro, mesmo que essa realidade não seja necessariamente o que sonhávamos, e também que nem tudo que precisamos e desejamos é realmente necessário. As vezes tudo que carecemos está ali ao nosso lado. Por fim, Gaiman ensina a valorizar nossa liberdade, mesmo que a rotina, por vezes , faça parecer que a nossa realidade é enfadonha. Nada é melhor do que ser livre.
Coraline ganhou também uma animação em 2009 e que deixei minhas impressões em O Que Tem Na Nossa Estante, caso se interesse em ler, clique aqui.

Forte Abraço, e cuidado com os botões pretos!
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