...e um belo dia, resolvi ler Shakespeare
Por Alexandre Melo, de Recife
Pintura óleo de Delacroix |
Com tantos anos de leituras, já conheci muitos clássicos, mas nunca me debrucei para ler algo do dramaturgo William Shakespeare, não sei se por medo, ou por preguiça de teatro, ou se por já saber praticamente o final de muitas peças dele, então, belo dia, decidi escolher alguma obra do inglês para iniciar, e eis que me vem, entre tantos títulos, como Hamlet ou Macbeth, à tela do meu Kobo a edição de Romeu & Julieta da L&PM Pocket, então decidi dar uma chance a esse clássico.
Um dos meus receios em ler Shakespeare era justamente achar que sua escrita era difícil, ou enfadonha. Engano meu. Não sei se outras obras dele são mais eruditas, pois em R&J achei a linguagem fácil (culta, mas fácil). A experiência de ler pela primeira vez a peça completa também foi satisfatória, mesmo que eu já soubesse o final da história (por conta da já excessiva exploração do enredo adaptado nas mídias) de qualquer forma, foi outro olhar, pois as contendas entre os Montéquio e os Capuleto e que me surpreenderam de qualquer forma. Além disso, o desfecho da trama, que foi escrita no século XVI, vai além e em mais detalhes do que o que estamos acostumados a ver nos filmes, desenhos e novelas. Destaque para o sentimento e o lirismo dos corações apaixonados condenados a não ficarem juntos (confesso que, por vezes, me davam náuseas de tão açucarados) mas em uma peça de tragédia romântica, nada mais se poderia esperar do casal. Eis um quote que adorei:
"Aquilo que o amor pode fazer é exatamente o que o amor ousa tentar."
Essa frase contempla a história em si, pois é exatamente por amor, um amor que extrapola a razão, que os jovens amantes padecem de suas angustias, ao ponto de porem em prática, de ousarem tentar o mirabolante plano por amor, e que todos já sabem qual é...
Enfim, deixo aqui minha satisfação de ter lido mais um clássico. Recomendo a leitura, o livro é simples e deveras um bom passatempo em uma fila de banco, por exemplo. Agora quero ler mais peças do Shakespeare. (Não posso deixar de registrar que a Ama da Julieta é um saco! Que mulher insuportável!)