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Um livro, duas capas... - A menina que não sabia ler


     Faz um tempo que esbarrei com um livro  - fora das estantes reservadas a eles -  nas Lojas Americana – na realidade estava na seção de eletrodomésticos – desta forma o livro foi quem me encontrou! O título: “A menina que não sabia ler”, de John Harding.  - Sugestivo -  Acabei comprando o dito cujo. 

     Uma capa bem romanceada, imaginei ser uma trama tranquila. Comecei a leitura que a início narrava uma história bem clichê: uma adolescente órfã, Florence, menina do século XIX, que vivia na mansão de um tio ausente, com o seu meio irmão, sendo cuidada por uma preceptora  que tinha como regra explicita não permitir que a menina aprendesse a ler.
Florence, no entanto, encontra uma biblioteca na mansão e começa a frequenta-la ocultamente aprendendo a ler sozinha escondida dos criados.  
     Parece até que este era realmente tema central do romance.  - Não é. - Isso mesmo! O que pelo titulo levaria a crer ser o fundamento da narrativa, não passa de uma parte dela. O germe pivô mesmo é a obsessão de Florence para com o irmão Giles e a sua ligação com a nova preceptora  Srª Taylor. No meio da história percebi que já não se falava mais da "menina que não sabia ler", mas de uma história psicótica da mente da adolescente perturbada... o enredo torna-se enigmático quando a menina cria uma paranoia em torno da preceptora, envolvendo fantasmas, espelhos que a observam, e um eminente sequestro. 
"Como assim?" Disse eu enquanto lia o livro e voltava para a capa, perguntando novamente: "Como assim?" Foi então que decidi pesquisar mais sobre o livro, por meio do título original da obra: “Florence and Giles”  - opa! Nada a ver com menina e livros. -  E acabei encontrando a capa da versão original:



Poxa vida! Essa capa sim se enquadraria bem melhor no enredo do romance “triller” que eu estava lendo. Enfim acabei decepcionado, mas não com a história, que se torna até mais interessante, mas sim pela capa que difere e muito do que o romance trata. A capa romanceada e o titulo adulterado com certeza pregaram uma peça em muita gente que comprou o livro achando que se trataria de uma história sobre incentivo a leitura. Acredito que a editora Leya desejou desejou "pegar carona" na onda de títulos best-sellers do tipo: “A menina que roubava livros” ou ainda “O menino do pijama listrado” Coisas do mercado editorial...
De toda forma, o livro é muito bom, e seu final é chocante. – chocante mesmo! – vale a pena ler, e ter na sua estante. Mas não leve em consideração a capa  - a capa mente.

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